terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Sem capacete

Dia 5\1

Depois de dois dias a bordo da Igaratim-açú chegamos ao município de São Felipe. Sim, São Felipe. Era assim o primeiro nome da cidade de Eirunepé, no começo do século XX.

Em Eirunepé tem algumas particularidades:

Os motoqueiros não são obrigados a pôr o capacete. O juiz da cidade liberou da obrigatoriedade do uso do instrumento de segurança com a justificativa de que ‘todo mundo sabe cuidar da sua vida’. Deu até entrevista à rádio local antes de tomar a medida unilateral.

Conversando com os moradores da cidade, porém, a história tem outra versão. O juiz, de nome Takeda, teria sido parado numa blitz da PM e não teria gostado, claro.

Então...


Preços de passagens

Em Eirunepé tem coisas assim: você paga mais barato ou mais caro quando vai viajar de avião, rumo a Manaus, a capital do Estado, dependendo da sua pressa.

Preços das tarifas na empresa TRIP [Transporte Regional do Interior Paulista]

Pouca pressa: R$ 564 [antecedência de 30 dias e vagas sobrando]
Pouca pressa: R$ 654 [antecedência de 30 dias e vagas sendo preenchidas]
Média pressa: R$ 734 [antecedência de 30 dias e vagas quase preenchidas]
Pressa imediata: R$ 939 [para embarque imediato]

Recreio, o pau-de-arara da Amazônia

São os barcos que, completamente lotados, fazem, uma vez ao mês, pelo menos, a mega viagem de Manaus a Eirunepé, e ‘pingando’ nos municípios entre as duas cidades.

O conforto não existe. 50 a 70 pessoas se espremem dentro da lancha com redes armadas em todos os espaços possíveis.

A viagem demora, em média, 14 dias, e custa R$ 400.

Made in Tarauacá

A carne bovina que Eirunepé come vem de Tarauacá, no Acre, e custa muito barato.

O kg do filé, da picanha, não supera os R$ 8.

Já o peixe, feito em casa mesmo, é quase de graça.

O preço: R$ 2 a R$ 3 o quilo.

Dinheiro em casa

Os maiores comerciantes de Eirunepé, e os pequenos também, ainda mantêm uma velha tradição de guardar dinheiro em casa, nos cofres.

Na cidade tem apenas duas agências: Banco do Brasil e Bradesco. E um posto do Caixa Aqui, da Caixa Econômica Federal. Na cidade não tem loteria.

Mas a ‘tradição’ parece que está indo por água: com o fim da CPMF, as agências começam a conquistar novos e endinheirados clientes.

Hoje revi um amigo, funcionário do Banco do Brasil, que está por aqui cumprindo uma missão.

É o Élson, que também já foi professor do Cerb, em Rio Branco.

[PS: tenho fotos, mas a internet lente não me permitiu anexá-la]

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