quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Professora Zenir

Os meus filhos não sabem disso, mas um dia fomos obrigados a aprender datilografia.

Datilografia é a vovó do computador.

Em Sena a Dona Zenir, 81, que nos deixou hoje, ensinou quase todos da minha geração a posicionar as mãos no teclado das velhas e sumidas maquininhas de escrever.

Aproveito o momento de dor para prestar minha solidariedade ao meu irmão Carlinhos Batista, filho único de um casal histórico de Sena (Zé Batista e Dona Zenir).

Dona Zenir foi uma mulher íntegra e ajudou muito com seus bons modos o município de Sena Madureira.

Descanse em paz, professora!

[foto do facebook da Aida Costa]

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Gastança

Fui ao Mall Via Verde nesta noite.

Fiquei lá umas duas horas.

Andei e olhei as maiores lojas...que eles chamam de âncora (antigamente âncora era outra coisa)

E o melhor!

Não gastei nada. Quase nada!

Depois sentei-me numa mesa da PA e tomei uma cerveja holandesa.

E comi meio sem querer dois pães-de-queijo.

Minha noite no Mall valeu R$ 9,40.

Com cirurgia ainda recente no olho não fui ao cinema (minha paixão) ver o Gato de Botas.

Para uma terça-feira (o Mall VV tava lotado) até que não fui perdulário com minhas posses.

Para sorte do Mall VV, eu, certamente, sou uma minoria.

domingo, 27 de novembro de 2011

Desculpe, governador...

Mas não dá para segurar a informação, mesmo que o senhor tenha pedido durante discurso na Conferência do PCdoB, no sábado.

Na plateia havia mais de  500 pessoas.

E qual é a informação importante para o Acre dita pelo governador?

Pesquisa nacional do Ministério da Saúde revela que é no Acre, entre todos os Estados da  Federação, onde a população está mais SATISFEITA com o atendimento básico em saúde.

O resultado é tão bom e impressionou tanto o governo federal, que Tião Viana foi o escolhido pela presidenta Dilma  para falar no encontro que reunirá na terça, 29, em Brasília, no Palácio do Planalto, todos os governadores do país.

Tião vai falar sobre Atendimento Básico em Saúde com os números da pesquisa do Ministério da Saúde embaixo do braço.

Esta será a surpreendente e agradável notícia da semana no Brasil no setor de saúde pública e, em especial, na nossa aldeiazinha.

O governador não está se cabendo de contetamento...

Ah, e para quem quiser acompanhar o evento ao vivo na terça no Palácio do Planalto, é só ligar na NBR TV. (pela internet ou por parabólica).

sábado, 26 de novembro de 2011

Ridículas

Todas as cartas de amor são ridículas.

[Eu acrescento: os e-mails e sms também.]

Fernando Pessoa escreveu o poema abaixo declamado, mas pôs na boca de um de seus heterônimos, Álvaro de Campos. O poeta português tinha vários heterônimos.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pirata

Estou novamente me recuperando de uma nova cirurgia.

Agora no olho direito.

Tenho evitado estar à frente do laptop por razões óbvias.

Mas vim aqui para denunciar que um larápio - ou larápios - passou aqui na 5ª Avenida do Morada do Sol, a Rua Pera,  e levou os hidrômetros (contador de água do Saerb) de várias casas.

Por que eles furtam aquele aparelhinho?

Para retirar o cobre que tem em seu interior e ganhar uma grana com a sua comercialização no submundo dos negócios do produto.

Assim que melhorar vou à delegacia mais próxima registrar a ocorrência...

Depois vou levar o BO ao Saerb e pedir que instalem um novo hidrômetro aqui em casa.

Por enquanto é só...Depois publico a foto dos canos estuprados...meu olho tá doendo!!!

domingo, 20 de novembro de 2011



La Madre del fútbol

Assim a chamavam em seu país, a Argentina.

A mãe de Diego Maradona, Doña Tota, morreu no sábado devido a graves complicações renais.

Na sexta, Dalma Salvadora Franco, 81, havia sido internada numa clínica de Buenos Aires.

Donã Tota e Maradona tinham uma relação muita intensa (na foto Diego beija sua mãe durante um jogo).

A imprensa Portenha não deixou por menos. E o comparou a Deus, seu homônimo.

'Por esos días, Dios le pidió a su homónimo “que no se la lleve”. '

Mas Doña Tota se foi.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Resposta do Detran

Enviei uma pergunta ao @detranAcre: está autorizado carretas estacionarem em ruas de áreas residenciais?

Hoje o Detran respondeu, mas não me convenceu, ainda.

A primeira resposta do Detran foi: '@jrbrana é possível, dsd q n haja placa de proibido estacionar. Porém, pode ser solicitado à @RBTrans um estudo da rua.'

Essa resposta aí de cima me dá o direito de pensar que onde não houver uma placa eu posso estacionar meu carro. E não é bem assim. Exemplo: em frente ao Palácio Rio Branco ou de um hospital. Nesses pontos não têm placas, mas sei que seria errado.

A segunda resposta do Detran é burocrática e não diz nada com coisa nenhuma. Leia: '@jrbrana Circulação e parada dentro das vias públicas de Rio Branco são de responsabilidade da superintendência.'

Eu não perguntei isso. De quem é a responsabilidade. Perguntei em área residencial, em conjunto habitacional, carretas podem estacionar à vontade e ficar semanas e semanas sem ser encomodadas? Foi isso que perguntei.

O Detran me sugere que faça um pedido ao órgão para realizar 'um estudo na rua'. Ai, meu Deus!

Não precisa estudos... Em área residencial carreta, no meu entender e das leis de trânsito, não pode estacionar e morar, como é o caso aqui na 5ª Avenida do Morada do Sol, a rua Pera.

Eu só quero que a fiscalização venha aqui e diga ao dono, meu vizinho, que arrume outro local para guardar as suas carretas. Só isso.

Enquanto morar aqui na 5ª Avenida do Morada, a rua Pera, vou denunciar esse desrespeito ao Código Brasileiro de Trânsito.

Desrespeito também a mim e a todos os vizinhos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Nirvana pergunta

'Where Did You Sleep Last Night?'

Pode ter sido em qualquer lugar.

Comigo é que não foi...

É um clássico do grupo.

Em Época

A dura vida dos ateus...

Por
ELIANE BRUM

O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.

 - Você é evangélico? – ela perguntou.
 - Sou! – ele respondeu, animado.
 - De que igreja?
 - Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?

- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...

O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:
- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa. 

...continue lendo aqui (eu indico)...

terça-feira, 15 de novembro de 2011


Serviço completo

Ontem mostrei a obra na Travessa Guaporé.

A obra de exterminação do Bar do Gel (leia o post abaixo deste e veja a foto de ontem e compare com a de cima) e o começo da derrubada da única árvore da rua que proporcionava uma bela sombra nesses dias de forte calor.

Pois bem. Hoje, terça, último dia do feriadão, o menu foi completado.

O Ficus foi trucidado sem dó e posto ao chão.

Ontem ainda tive a inocência de pensar de que somente o Bar do Gel teria recebido a pena máxima.

Mas não.

Houve pena capital também para o Ficus.

A Guaporé nunca mais será a Guaporé.

Viva a modernidade do lucro!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011


Não destruam a árvore!!!

O Bar do Gel, que tinha a cara das coisas do Acre, sumiu da Travessa Guaporé.

O bar ficava ali na esquina do Araújo, Aviário, espremido entre lojas de grifes.

Tentaram de tudo quanto foi jeito e até que conseguiram convencer à família, que se desfez do patrimônio de décadas.

E a primeira providência foi cortar a árvore...

Ainda não a jogaram no chão...completamente.

Mas já deram o recado a quem quiser pegar uma sombra na Guaporé.....

Post Scriptum: o Bar do Gel era um desses sítios populares acreanos que o próprio cliente pegava sua cerveja e...

Pois o Gel geralmente estava ocupado disputando jogo de palito com outros clientes.

É a tradição acreana indo embora.
Faltou política

A questão da mudança no horário do Acre e agora o seu retorno ao que era antes (2h a menos do DF) poderia ter sido mais inteligentemente resolvida.

E a culpa é da classe política, que não soube sentar à mesa e discutir o que seria melhor para o Acre e seu povo.

Tenho certeza que se o governo Binho, lá atrás, seus aliados, e a oposição tivessem deixado de lado a disputa contraproducente teriam nos poupado dessa guerra ridícula por conta do horário acreano.

No começo fui contra a mudança. Depois me adaptei - a maioria também - e hoje sou contra voltar ao que era. Não tem sentido.

A política existe para resolver os problemas.

Mesmo os mais difíceis, como esse do fuso acreano.


'Macondo'

A FIFA autoriza a Colômbia a usar uma nova bola em homenagem a Gabriel García Márquez.

É a 'Macondo', em alusão à cidade onde acontece os 'Cem Anos de Solidão', o mais famoso dos livros de 'Gabo'.

Colômbia e Argentina vão estrear el nuevo balón na próxima terça, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 14, no Brasil.
Horário velho

Jorge Viana, senador, solta os cachor...........na oposição.

-Venceu o atraso! - dispara.

Veja o vídeo.


domingo, 13 de novembro de 2011

Só em 2012

Quem procura se refrescar com açaí nas poucas sorveterias da capital, ouve o seguinte comentáro da atendente:

-Sorvete de açaí só no ano que vem. Mas ainda tem 'açaí cremoso' e picolé.

Tá na hora de uma política para o açaí.
Chegou!!!

Depois de mais de um dia sem luz elétrica, os moradores do Principado de Sena Madureira voltam a sentir o gosto do invento de Edison, posto em prática em 1800 e alguma coisa.

Que os ventos desviem as torres de transmissão na próxima tempestade!
Thomas Edison

O Principado está há quase dois dias sem poder desfrutar da descoberta (séc XIX) desse moço aí de cima.

É, a cidade está sem energia elétrica.

sábado, 12 de novembro de 2011

Torres no chão

O governador Tião Viana lamentou nesta noite a interrupção de energia no Principado de Sena.

A cidade está às escuras desde o começo da tarde deste sábado.

-Lamento o transtorno para a população amiga de Sena Madureira...Acompanho solidário as ações técnicas da Eletronorte, para recuperar o acidente que derrubou torres de transmissão p/ Sena - disse o governador por meio do seu Twitter.
Sem energia

Sena Madureira está sem energia desde o começo da tarde.

E o que é pior:

Não há previsão de normalização do fornecimento do serviço.

Sem comentários mais.
Nada como...

...Como um sábado pela manhã.

São momentos que bate uma felicidade.

Inexplicable...!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Esperem sentados

Em discurso no Plenário nesta semana, o senador Jorge Viana pediu atenção sobre a situação da pista do aeroporto de Rio Branco.  

Ele apresentou requerimento à mesa diretora do Senado pedindo informações à Infraero sobre o andamento das obras da pista do aeroporto, sobre os recursos já usados e quanto à expectativa de aguardo para a conclusão das obras.

-Estamos falando de anos de obras, com um custo elevado e com um resultado que não tem sido o esperado - disse Viana.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia – SEDICT presta os seguintes esclarecimentos, referente à empresa EUFRAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE LÂMINAS LTDA:

I)    A política de Incentivos Industriais no Estado do Acre é regulamentada pelos seguintes instrumentos legais: I) Lei Nº. 1.361/00 – cria a Comissão da Política de Incentivos às Atividades Industriais no Estado do Acre - COPIAI; II) Lei Nº. 1.358/00: confere incentivo tributário na modalidade de financiamento direto ao contribuinte, limitado no total do investimento fixo realizado, mediante dedução de até 95% dos saldos devedores do ICMS; e, Lei Nº. 1.359/00 - possibilita a alienação, concessão ou doação de bens móveis e imóveis de propriedade do Estado do Acre, em áreas de abrangência dos distritos e pólos industriais e em outras áreas, com fins industriais.

II)    No âmbito deste arcabouço jurídico a EUFRAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE LÂMINAS LTDA, por decisão da COPIAI recebeu (em 2005 e 2006) os benefícios previstos na legislação, condicionados a concretização dos itens apresentados à comissão em seu respectivo Plano de Negócio: I) Produção estimada de madeira beneficiada – 8.000 m³; II) Investimentos Imobilizáveis previstos: R$ 3.700.000,00; III) Energia Elétrica - consumo declarado estimado para 12 meses: R$ 1.200.000,00; e, IV) Geração de Empregos Diretos: 60 empregos. A decisão de revogação dos benefícios foi tomada pela COPIAI, em 03/03/2011, tendo em vista o não cumprimento dos itens citados em seu Plano de Negócios.

III)    Dessa forma, foi executado um processo administrativo com acompanhamento direto da Procuradoria Geral do Estado que garantiu o direito a ampla defesa por parte da empresa. Após a finalização do processo, com a verificação que o empreendimento não estava em funcionamento há mais de um ano, a situação foi levada para deliberação pela COPIAI, que é o colegiado legalmente responsável pela política industrial do Estado.

IV)    Vale destacar que desde a concessão dos benefícios em 2005 e 2006, a empresa nunca conseguiu cumprir na íntegra os itens declarados no Plano de Negócio do Empreendimento. Sendo que a partir de 2009 ocorreu a paralisação total de suas atividades, inclusive, com retirada de maquinário industrial, ausência de produção e de trabalhadores no local.

V)    Ressalta-se que a SEDICT possui apenas um assento na referida comissão, que por sua vez tem uma composição TRIPARTITE (SEFAZ, PGE, OCEA, FIEAC, FAEAC, SEBRAE/AC, ACISA). De forma que a decisão pela revogação dos benefícios foi unânime e não da Secretaria, muito menos uma decisão unilateral do secretário Edvaldo Magalhães, como está sendo difundido pela empresa nos meios de comunicação.

VI)    Por fim, esclarecemos que a COPIAI cumpriu os dispositivos legais previstos, visando não prevaricar administrativamente, frente ao não cumprimento das normas e procedimentos legais aprovados legitimamente pela Assembléia Legislativa do Estado do Acre. Por sua vez o processo encontra-se judicializado por iniciativa da empresa, de forma que a COPIAI e a SEDICT aguardam a manifestação da Justiça, com a certeza do cumprimento dos princípios basilares da Administração Pública.
Rio Branco-Ac, 08 de Novembro de 2011

Anderson Mariano
Diretor de Indústria da Sedict
Infelizmente

Morreu no PS de Rio Branco, na noite de segunda,7, Lenice Oliveira da Silva, 18 . Ela foi vítima de  atropelamento no dia 30 de outubro, na estrada do Xiburema, em Sena.
Ambulância


A deputada Toinha Vieira pediu nesta manhã que o governo tome providências e resolva o problema da falta de ambulância no hospital de Sena Madureira. 

A imagem de um paciente sendo levado em cima de peça de madeira pegou mal. 

Muito mal.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Leia isso...

Não deixe de ler, viu?!

Nina Crintzs: Eu, o SUS, a ironia e o mau gosto

publicada no blog do Nassif


Há seis anos atrás eu tive uma dor no olho. Só que a dor no olho era, na verdade, no nervo ótico, que faz parte do sistema nervoso. O meu nervo ótico estava inflamado, e era uma inflamação característica de um processo desmielinizante. Mais tarde eu descobri que a mielina é uma camada de gordura que envolve as células nervosas e que é responsável por passar os estímulos elétricos de uma célula para a outra. Eu descobri também que esta inflamação era causada pelo meu próprio sistema imunológico que, inexplicavelmente, passou a identificar a mielina como um corpo estranho e começou a atacá-la. Em poucas palavras: eu descobri, em detalhes, como se dá uma doença-auto imune no sistema nervoso central. Esta, específica, chama-se Esclerose Múltipla. É o que eu tenho. Há seis anos.

Os médicos sabem tudo sobre o coração e quase nada sobre o cérebro – na minha humilde opinião. Ninguém sabe dizer porque a Esclerose Múltipla se manifesta. Não é uma doença genética. Não tem a ver com estilo de vida, hábitos, vícios. Sabe-se, por mera observação estatística, que mulheres jovens e caucasianas estão mais propensas a desenvolver a doença. Eu tinha 26 anos. Right on target.

Mil médicos diferentes passaram pela minha vida desde então. Uma via crucis de perguntas sem respostas. O plano de saúde, caro, pago religiosamente desde sempre, não cobria os especialistas mais especialistas que os outros. Fui em todos – TODOS – os neurologistas famosos – sim, porque tem disso, médico famoso – e, um por um, eles viam meus exames, confirmavam o diagnóstico, discutiam os mesmos tratamentos e confirmavam que cura, não tem.

Minha mãe é uma heroína – mãos dadas comigo o tempo todo, segurando para não chorar. Ela mesma mais destruída do que eu. E os médicos famosos viam os resultados das ressonâncias magnéticas feitas com prata contra seus quadros de luz – mas não olhavam para mim. Alguns dos exames são medievais: agulhas espetadas pelo corpo, eletrodos no córtex cerebral, “estímulos” elétricos para ver se a partes do corpo respondem. Partes do corpo. Pastas e mais pastas sobre mesas com tampos de vidro. Colunas, crânio, córneas. Nos meus olhos, mesmo, ninguém olhava.

O diagnóstico de uma doença grave e incurável é um abismo no qual você é empurrado sem aviso. E sem pára-quedas. E se você tá esperando um “mas” aqui, sinto lhe informar, não tem. Não no meu caso. Não teve revelação divina. Não teve fé súbita em alguma coisa maior. Não teve uma compreensão mais apurada das dores do mundo. O que dá, assim, de cara, é raiva. Porque a vida já caminha na beirada do insuportável sem essa foice tão perto do pescoço. Porque já é suficientemente difícil estar vivo sem esta sentença de morte lenta e degradante. Dá vontade de acreditar em Deus, sim, mas só se for para encher Ele de porrada.

O problema é que uma raiva desse tamanho cansa, e o tempo passa. A minha doença não me define, porque eu não deixo. Ela gostaria muitíssimo de fazê-lo, mas eu não deixo. Fiz um combinado comigo mesma: essa merda vai ter 30% da atenção que ela demanda. Não mais do que isso. E segue o baile. Mas segue diferente, confesso. Segue com menos energia e mais remédios. Segue com dias bons e dias ruins – e inescapáveis internações hospitalares.

A neurologista que me acompanha foi escolhida a dedo: ela tem exatamente a minha idade, olha nos meus olhos durante as minhas consultas, só ri das minhas piadas boas e já me respondeu “eu não sei” mais de uma vez. Eu acho genial um médico que diz “eu não sei, vou pesquisar”. Eu não troco a minha neurologista por figurão nenhum.

O meu tratamento custaria algo em torno de R$12.000,00 por mês. Isso mesmo: 12 mil reais. “Custaria” porque eu recebo os remédios pelo SUS. Sabe o SUS?! O Sistema Único de Saúde? Aquele lugar nefasto para onde as pessoas econômica e socialmente privilegiadas estão fazendo piada e mandando o ex-presidente Lula ir se tratar do recém descoberto câncer?

Pois é, o Brasil é o único país do mundo que distribui gratuitamente o tratamento que eu faço para Esclerose Múltipla. Atenção: o ÚNICO. Se isso implica em uma carga tributária pesada, eu pago o imposto. Eu e as outras 30.000 pessoas que têm o mesmo problema que eu. É pouca gente? Não vale a pena? Todos os remédios para doenças incuráveis no Brasil são distribuídos pelo SUS. E não, corrupção não é exclusividade do Brasil.

O maior especialista em Esclerose Múltipla do Brasil atende no HC, que é do SUS, num ambulatório especial para a doença. De graça, ou melhor, pago pelos impostos que a gente reclama em pagar. Uma vez a cada seis meses, eu me consulto com ele. É no HC que eu pego minhas receitas – para o tratamento propriamente dito e para os remédios que uso para lidar com os efeitos colaterais desse tratamento, que também me são entregues pelo SUS. O que me custaria fácil uns outros R$2.000,00.

Eu acredito em poucas coisas nessa vida. Tenho certeza de que o mundo não é justo, mas é irônico. E também sei que só o humor salva. Mas a única pessoa que pode fazer piada com a minha desgraça sou eu – e faço com regularidade. Afinal, uma doença auto-imune é o cúmulo da auto-sabotagem.

Mas attention shoppers: fazer piada com a tragédia alheia não é humor, é mau gosto. É, talvez, falha de caráter. E falar do que não se conhece é coisa de gente burra. Se você nunca pisou no SUS – se a TV Globo é a referência mais próxima que você tem da saúde pública nacional, talvez esse não seja exatamente o melhor assunto para o seu, digamos, “humor”.

Quem me conhece sabe que eu não voto – não voto nem justifico. Pago lá minha multa de três reais e tals depois de cada eleição porque me nego a ser obrigada a votar. O sistema público de saúde está longe de ser o ideal. E eu adoraria não saber tanto dele quanto sei. O mundo, meus amigos, é mesmo uma merda. Mas nós estamos todos juntos nele, não tem jeito. E é bom lembrar: a ironia é uma certeza. Não comemora a desgraça do amiguinho, não.