sexta-feira, 4 de maio de 2012

Maria

                               
                                 Maria


Para mim a palavra que define Maria Antônia (Soares de Assis) é bondade.

Destemida, insegura, prestativa, preocupada, elegante, estressada, companheira, mãezona, chorona, amiga de verdade....

De todos esses adjetivos o que mais me chamava atenção em Maria era a sua bondade com as pessoas.

Comigo, então...

Maria entrou na política quando já tinha mais de 40 anos.

Foi um choque para suas amigas e amigos do High Society.

Foi Sérgio Taboada que a convenceu a entrar na nossa chapa do Sindicato dos Bancários. A entrar na política.

Maria era funcionária do Banco da Amazônia. À época tinha um salário melhor que os outros bancários.

Era uma privilegiada comparando com os funcionários dos outros bancos.

Maria virou sindicalista. Era a nossa 'socialite' do Sindicato.

Se revelou uma grande lutadora. Que ela já era na sua vida pessoal, mas sem visibilidade.

Maria ganhou o respeito do movimento em nível local e nacional.

Ela abria as portas dos lugares chiques e do poder para a nossa turma de barbudos sindicalistas vestidos de camiseta e malha esgarçada.

Ela se envolvia com as coisas, com as causas.

Me sucedeu no Sindicato dos Bancários como presidente.

Quem poderia imaginar Maria Antônia empunhando megafone em greves pelas ruas do centro de Rio Branco....

Filiou-se ao Partido Comunista do Brasil...saiu depois para o PT.

Foi vereadora.

A doença a destruiu...

Maria  Antônia ficará na lembrança como uma das pessoas mais importantes da minha vida.

Nosso último encontro foi em São Paulo quando estava internada.

Ela, eu e Taboada.

O Taboada foi um ídolo para Maria.

Ela o admirava muito.

Aquele encontro foi a nossa despedida. E nem sabíamos disso.

Ela sempre dizia se referindo a mim:

'O Braña é como um filho'.

E eu digo:

Ela foi como uma mãe pra mim.  Me protegeu  (em todos os sentidos) como pôde durante os anos de Sindicato dos Bancários.

Vai em paz, Maria!

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