Marchas e o direito ao espaço público
Gerson Albuquerque 
No último sábado (18), fui à “Marcha da Liberdade de Expressão e Direitos  Humanos”, convocada por um conjunto de entidades auto-intitulado  “não-organizacional”, “não-partidário”, “não virtual”, e, ao mesmo  tempo, “real”, “conectado”, “aberto”, “interdependente”, “transversal”,  “digital” e de “carne e osso”. Confesso que não compreendi muito bem  qual é a ideia de tantos paradoxos numa convocação dessa natureza, mas a perspectiva de ocupar o “regulado” e “desodorizado” espaço público de  Rio Branco – como um direito de todos – sempre me atrai e me fiz  representar na marcha.
Não pretendo discutir o caráter organizacional e operacional da “marcha”,  mas quero ressaltar que não tinha nenhuma obrigação com sua organização e quero manter o direito de expressar minha opinião sobre sua realização  em si enquanto atividade pública da qual fiz parte, por escolha própria.
Em minha opinião a “marcha” foi um fiasco – “um insucesso ridículo”, no  sentido mesmo dicionarizado do termo –, não pela ausência de justeza em  suas “reivindicações” ou pela quantidade de pessoas que lá estavam, mas  pela ausência de um alvo concreto, capaz de articular e preservar as  diferenças e as escolhas individuais. Esse alvo é a inalienável defesa  do direito ao espaço público.
Texto na íntegra aqui
 
 
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