quarta-feira, 25 de julho de 2007

(Diários Peruanos)

Os Andes são os Andes

Fui preparado para subir os Andes e não sentir nada.

Quando chegamos aos 4.400 metros de altura acima do nível do mar chamei o Ruben, o guia contratado, para me dizer qual era nossa altura.

-4.400 ou 4.500 – respondeu.

Eu estava de ‘co-piloto’ e ia repassando as informações aos outros quatros carros e disse ao Ruben que não ia mais falar. Por quê?

Porque senti que não dava mais ficar falando quase sem parar.

Não fiquei sem ar, mas minha pressão caiu drasticamente. E o carro foi serpenteando os últimos metros das Cordilheiras até El Guallagualla, ou El Cumbre (cume).

A comitiva chegou ao máximo: 5.300m de altura. Pertinho do céu.

Ruben disse que eu não saísse do carro que melhoraria. Não obedeci, caminhei vagarosamente, e sentei-me numa pedra em frente à igrejinha que existe lá e que as pessoas agradecerem quando conseguem chegar ao topo e voltar sem grandes conseqüências.

Completamente sem poder sobre o meu corpo fiquei olhando os companheiros da comitiva clicarem as fotos que todos querem quando passam pela ‘zona da morte’. Em nenhum momento perdi a consciência. Voltei para o carro com a ajuda do Ruben e do Solônidas, da Aleac.

Digo para vocês que lêem esse blog que agradeci por ter chegado ali. E que voltaria para casa para contar aos meus a experiência daquele domingo, 22 de julho.

Há um ditado nos Andes que diz que ‘só os ousados vão até lá em cima’. E nós fomos. Eu fui até o último degrau dos Andes.Outras pessoas passaram mal também. Vários não sentiram nada. Cada organismo reage de uma maneira.

Nos Andes, você não pode fazer movimentos bruscos, não pode andar rápido, não pode falar apressado... Não pode fazer o que você faz quando está no nível do mar. É a força da natureza que faz com você o que você não quer que ela faça.

A ida aos Andes foi a mais extraordinária experiência humana – e física - que eu tive na vida. E, digo para vocês: não sei se quero repetir a aventura.

Depois das Cordilheiras seguimos por trecho mais perigoso ainda devido às condições da região. À noite, pista de chão estreita que não comporta dois carros, nas montanhas, e com precipícios que mais parecem as montanhas do Afeganistão, que são, inclusive, muito mais baixas que os Andes.

Foram duas horas de tensão máxima a 20 km por hora. Qualquer erro e tudo...

Mas esse é caminho da Transoceânica até Cuzco, aonde chegamos extasiados. Mas felizes porque nada de ruim aconteceu.

Um comentário:

Anônimo disse...

sou funcionaria da Aleac, e estou acompanhando a trajetoria da comitiva, me sinto nessa aventura tambem, sucesso pra todos, e so tenho uma critica cadê as fotos???ponha pelo menos uma......
Leio no site dda ALEAC e no site do jornal o Estado, so vejo aquela belissima foto da praça das armas....
Marnise