Sem capacete
Dia 5\1
Depois de dois dias a bordo da Igaratim-açú chegamos ao município de São Felipe. Sim, São Felipe. Era assim o primeiro nome da cidade de Eirunepé, no começo do século XX.
Em Eirunepé tem algumas particularidades:
Os motoqueiros não são obrigados a pôr o capacete. O juiz da cidade liberou da obrigatoriedade do uso do instrumento de segurança com a justificativa de que ‘todo mundo sabe cuidar da sua vida’. Deu até entrevista à rádio local antes de tomar a medida unilateral.
Conversando com os moradores da cidade, porém, a história tem outra versão. O juiz, de nome Takeda, teria sido parado numa blitz da PM e não teria gostado, claro.
Então...
Preços de passagens
Em Eirunepé tem coisas assim: você paga mais barato ou mais caro quando vai viajar de avião, rumo a Manaus, a capital do Estado, dependendo da sua pressa.
Preços das tarifas na empresa TRIP [Transporte Regional do Interior Paulista]
Pouca pressa: R$ 564 [antecedência de 30 dias e vagas sobrando]
Pouca pressa: R$ 654 [antecedência de 30 dias e vagas sendo preenchidas]
Média pressa: R$ 734 [antecedência de 30 dias e vagas quase preenchidas]
Pressa imediata: R$ 939 [para embarque imediato]
Recreio, o pau-de-arara da Amazônia
São os barcos que, completamente lotados, fazem, uma vez ao mês, pelo menos, a mega viagem de Manaus a Eirunepé, e ‘pingando’ nos municípios entre as duas cidades.
O conforto não existe. 50 a 70 pessoas se espremem dentro da lancha com redes armadas em todos os espaços possíveis.
A viagem demora, em média, 14 dias, e custa R$ 400.
Made in Tarauacá
A carne bovina que Eirunepé come vem de Tarauacá, no Acre, e custa muito barato.
O kg do filé, da picanha, não supera os R$ 8.
Já o peixe, feito em casa mesmo, é quase de graça.
O preço: R$ 2 a R$ 3 o quilo.
Dinheiro em casa
Os maiores comerciantes de Eirunepé, e os pequenos também, ainda mantêm uma velha tradição de guardar dinheiro em casa, nos cofres.
Na cidade tem apenas duas agências: Banco do Brasil e Bradesco. E um posto do Caixa Aqui, da Caixa Econômica Federal. Na cidade não tem loteria.
Mas a ‘tradição’ parece que está indo por água: com o fim da CPMF, as agências começam a conquistar novos e endinheirados clientes.
Hoje revi um amigo, funcionário do Banco do Brasil, que está por aqui cumprindo uma missão.
É o Élson, que também já foi professor do Cerb, em Rio Branco.
[PS: tenho fotos, mas a internet lente não me permitiu anexá-la]
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