terça-feira, 20 de outubro de 2009
Conferência de comunicação, I
O lado bom
Estive em um dos dias da Conferência de Comunicação. No auditório da Biblioteca Pública, no centro de Rio Branco.
Falar em comunicação sempre gera polêmica. Não é somente no Acre, mas aqui especialmente, porque tudo se relaciona muito próximo. O Estado, o governo, as empresas de comunicação e os seus profissionais.
No final dos anos 90, o polêmico Toinho Alves afirmou que a imprensa do Acre ‘era uma bosta’. A frase foi sucesso de público e de crítica, mais ou menos. Lembro que trabalhava em ‘A Gazeta’ e escrevi que Toinho tinha exagerado porque menosprezava, com essa afirmação, esse emaranhado rico que é a sociedade acreana.
Em linhas gerais, eu quis argumentar que se a imprensa era uma b...era porque a sociedade onde nós nascemos – e vivemos até hoje - também poderia ser considerada uma b...E não era isso que eu pensava naquele tempo. Também não penso assim nos dias atuais.
Concordei, àquela época, que a imprensa tinha distorções, problemas, dificuldades, falta de ética de alguns, etc, etc, mas que isso era consequência do nosso ambiente ainda em formação, num estado carente de tudo e que, portanto, qualificar a imprensa com esse adjetivo não seria inteligente para uma pessoa talentosa como o Toinho. O mesmo vale para hoje, ainda.
De lá para cá, muita água passou embaixo da ponte, das pontes. O Acre mudou. A sociedade avançou. A comunicação melhorou e a imprensa local foi surpreendida, como toda imprensa mundial, com o advento da internet, a mais fantástica invenção do nosso tempo. E a Conferência de Comunicação aconteceu em meio a tudo isso. E com direito a transmissão ao vivo pela TV/Rádio Aldeia, uma das nossas conquistas.
O formato da Conferência foi bom. O problema é que a transmissão pela TV e rádio reduziu o tempo dos debates, mesmo com as mais de três horas de evento. Motivo: demanda reprimida. Todo mundo tem alguma coisa a falar sobre a comunicação no Estado, todos têm uma crítica áspera, um elogio, qualquer coisa. E isso acontece porque não há encontros dessa natureza na mídia local. Nem na chamada imprensa do lucro nem na estatal.
Mas isso não anula o sucesso da Conferência, que foi democrática e abriu, na medida do possível [do tempo, particularmente], espaço para quem quis se expressar ao vivo para todos os 22 municípios. Inédito. Este foi o lado bom e o principal da Conferência de Comunicação.
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