segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Ninja Z do B
Ele morreu no PCdoB.
Ninja Zé do Buro, ou Ninja Z do B, para combinar com o partido, viveu para sofrer as agruras da vida cotidiana.
Sem emprego, sem salário, sem nada, ele se rebolava para garantir o mínimo dos mínimos. Pedia a um, pedia a outro, pedia a todos.
Ninja carnavalizou a política da capital. Ninguém, como ele, enfeitou e fez rir a política e os políticos que conhecemos.
Seu antigo PMDB ele defendeu com unhas e dentes e enfrentou os militantes da Frente Popular por longos anos. Ninja tinha graça até nas provocações que fazia.
Seu gesto mais conhecido era girar em torno de si mesmo tremulando a bandeira que empunhava. A última foi a vermelha dos comunas.
Quando saiu do glorioso PMDB e filiou-se ao PCdoB nos encarou com constrangimento. Lembrou para mim mesmo as vezes em que nos enfrentou com pilhérias devido à luta acirrada entre o seu PMDB e a Frente Popular.
Dizia ele: 'Estou de cabeça baixa porque esculhambei muito com vocês'
Ninja Z do B não era burro. Analisava as coisas com lógica. Até manchete de jornal ele criticava. Uma do 'Página 20' que omitiu o nome do vice de Angelim, o Dudu, foi durante contestada por ele numa conversa que teve comigo logo depois da Convenção. Comuniquei o seu descontentamento ao dono do jornal, o Elson.
O mais alegre agitador político de Rio Branco vai deixar saudades. Ninja não queria muita coisa. Queria apenas R$ 50 por semana e se vestir de vermelho para alegrar as esquinas da capital.
Ninguém, nem o mais dos carrancudos acreanos, economizava um sorriso quando o via pelas calles da cidade. Ninja Z do B foi, mas o seu exemplo de bom humor vai ficar para sempre.
Porque chata, como às vezes é, a política precisa do bálsamo do bom espírito. E Ninja Z do B tinha bom espírito, bom humor e alegria.
Descanse em paz José Odnilson da Silva [1962-2008]
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